23 setembro 2011

Obesidade e a importância da Psicologia

A obesidade hoje em dia atinge cerca de um terço da população mundial e por isso é chamada de “epidemia” do terceiro milênio. No Brasil, 36% da população é obesa ou está acima do peso, segundo o IBGE. Esses dados são alarmantes porque a obesidade está associada com várias doenças, como o diabetes, a hipertensão arterial, doenças cardiovasculares (que levam, por exemplo, a derrame cerebral), lesões articulares e maior risco de certos tipos de câncer.

Assim, a obesidade é um problema médico sério. Suas causas são múltiplas, envolvendo fatores genéticos, metabólicos, comportamentais, culturais e sociais. Infelizmente a obesidade costuma ser tratada de forma inadequada porque vem sendo, há muito tempo, entendida como resultado de distúrbios psicológicos ou problemas morais.

O obeso vem sendo visto “como uma pessoa de baixa auto-estima ( só alguém que se odeia pode ficar assim deformado ), com limitações intelectuais ( deve ser burro... sabe que se comer tanto engorda, mas mesmo assim se entope de comida ), com mau funcionamento mental ( é muito ansioso: come para descontar a angústia , troca o afeto por comida , em vez de ter uma vida sexual adequada, sublima seus desejos através da comida ), covarde ( se esconde por trás daquela capa de gordura ) e egoísta ( fica deste tamanho para ocupar mais espaço no mundo )”. Pensava-se também que haveria uma personalidade típica dos obesos ou que eles não teriam personalidade, ou ainda, que seriam preguiçosos. Mas isso não é verdade.

Todas essas idéias não têm a menor base científica e contribuem para o grande estigma social que traz estresse e sofrimento aos obesos, comprometendo sua qualidade de vida.

Os empregadores, por exemplo, relutam em contratar pessoas gordas. Em uma pesquisa realizada nos EUA, 16% dos empregadores disseram que não contratariam mulheres obesas. Os candidatos obesos de ambos os sexos são descritos como "menos competentes, menos produtivos, desorganizados, indecisos e inativos." Além disso, os obesos recebem salários menores que não obesos nos mesmos cargos.

Mesmo entre crianças o preconceito contra a obesidade é marcante e as crianças obesas são segregadas pelas demais. Em outro estudo norte-americano foram mostradas para várias crianças fotografias de uma criança obesa e de outras crianças com problemas físicos e deformidades. Pediu-se, então, que apontassem qual das fotos a mais difícil de se gostar e qual criança que não queriam ter como amiga. A mais escolhida foi a foto da criança obesa. A explicação dada pela mairoia do grupo foi que enquanto as demais crianças eram vítimas de um infortúnio, a obesa era responsável por seu próprio problema . Logo era alguém com atributos negativos. Pesquisas semelhantes realizadas com adultos obtiveram resultados semelhantes.

Não é difícil, portanto, entender que os problemas que os obesos enfrentam no dia a dia em função do seu tamanho, podem levar ao aparecimento de sintomas ansiosos e depressivos. A presença de distúrbios emocionais não é necessária para o aparecimento da obesidade.

Os obesos não são pessoas mais complicadas ou comprometidas que as demais. Pessoas obesas que estão em tratamento apresentam mais sintomas depressivos, ansiosos e de transtornos alimentares. Quanto mais grave a obesidade, maiores os níveis de psicopatologia. Ou seja, a obesidade é a causa dos transtornos psicológicos e psiquiátricos e não a conseqüência dos mesmos.

A presença de problemas psicológicos decorrentes da obesidade pode influenciar de forma negativa no resultado dos tratamentos para redução de peso. Por isso, é fundamental que eles sejam diagnosticados e tratados de forma responsável e séria por profissionais capacitados (psiquiatras e psicólogos).

Dentre os distúrbios psíquicos relacionados à alimentação, o mais freqüente entre obesos é o transtorno do comer compulsivo, também chamado Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP). Está provado que mais que 30% dos indivíduos que buscam tratamento para obesidade têm TCAP; alguns trabalhos chegaram a encontrar taxas de 50%. Cabe ressaltar que 95% dos indivíduos com TCAP também têm depressão(1). Um outro padrão alimentar alterado igualmente freqüente em pacientes obesos é a Síndrome do Comer Noturno que se caracteriza por hiperfagia (isto é, exagero alimentar) noturna, insônia e anorexia matinal.

Fica clara, assim, a importância da psiquiatria e da psicologia na luta contra a obesidade.

Pense bem: como uma pessoa que come compulsivamente, que está deprimida ou que tem hiperfagia noturna vai conseguir seguir um plano alimentar?

Não se deixe enganar: tratamentos mágicos, que não consideram estes aspectos, não podem ter sucesso. Indivíduos obesos que já tentaram inúmeros tratamentos podem ser tentados a experimentar dietas, medicamentos ou preparações que alegam promover perda de peso rápida e de grande monta. Com isso caem em mãos de pessoas ou empresas antiéticas e vão perder tempo, dinheiro e o que é pior, a esperança de melhorar. O tratamento bem sucedido da obesidade, além de envolver o manejo das questões clínicas, nutricionais e de atividade física, tem que passar, necessariamente, pela abordagem psicológica.

(1) Os testes apresentados em artigos anteriores desta página podem ajudar você a descobrir se tem algum destes problemas.

OBSIDADE INFANTIL

http://www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt/PresentationLayer/homepage_infantil.aspx?menuid=165

SINTO-ME FRACA!!!

Olá a todos os que me têm seguido!
Já há muito que não parava por aqui, não vou dizer que tem sido por falta de tempo, tem sido sim, por falta de vontade de falar no assunto, por vontade de me isolar de tudo e todos.
Ser-se magro ... é mais bonito sim sr, é mais saudável em variadissimos aspectos, mas, meus amigos tirando a parte física, tenho muitas saudades da "antiga" Sónia, da Sónia que tinha força para lutar contra tudo e todos para atingir os seus objectivos, da Sónia que era forte para enfrentar todos os obstáculos que apareciam à sua frente, da Sónia que tinha força física e psiquíca para tudo e mais alguma coisa. Desde que fui operada sinto-me uma pessoa muito mais fraca em todos os aspectos.
O medo de engordar também anda a atormentar-me ... o mês passado passei dos tais 69kg para quase 71kg. Este mês ainda não tive coragem de subir novamente à balança.
Nunca senti vontade de deixar de viver ... e esta semana as forças faltaram-me! Tenho momentos que pareço estar a endoidecer, ninguém sabe o que estou a passar, não vale a pena falar do assunto porque sei que vão desvalorizar o que sinto e ainda me criticam e rebaixam, portanto cá vou indo ... melhores dias virão certamente!